A arte contemporânea mostra suas facetas em 62 projetos culturais. São produções artísticas nacionais e internacionais em 15 unidades do Sesc
De 18 a 28 de novembro de 2010
Do músico Ornette Colemann ao artista multimídia Felix Thorn, do grupo Intrépida Trupe ao artista plástico chinês Li Wei, do coletivo alemão do show Hallogallo aos portugueses Ana Borralho e João Galante, passando pelos holandeses da peça C´est du Chinois e por Enrique Diaz e Cristina Moura do espetáculo Otro, a programação é variada. Durante 10 dias diversas formas de manifestações artísticas tomam conta de 15 unidades do Sesc e espaços da Capital. Atrações criadas a partir das áreas de teatro, música, literatura, dança, artes visuais e artemídia provocam o público e trazem o hibridismo na arte contemporânea
Norteada pelos critérios da inovação e da resistência, durante 10 dias a
Mostra SESC de Artes fará pulsar a cultura em 15 unidades do SESC -
11 unidades, o Sesc TV e as ações nos tapumes dos canteiros de obras dos SESCs Av Paulista, Bom Retiro e 24 de Maio.
De 18 a 28 de novembro, o SESC-SP enfatiza a produção artística contemporânea. A programação de 2010 reúne shows, espetáculos, intervenções, oficinas e instalações.
Ao todo são 62 projetos. Entre as atrações estão a estreia do espetáculo Otro, dirigido por Enrique Diaz e Cristina Moura; a banda americana Lou Reed's Metal Machine Trio: MM3. Sem Canções e Sem Vocais, de Lou Reed; o Projeto Coleções, da Intrépida Trupe, o artista multimídia Felix Thorn, que desenvolve esculturas que produzem música; e o Hallogallo 2010, formado por Michael Rother (ex-Kraftwerk) e Steve Shelley (Sonic Youth), Benjamin Curtis e Aaron Mullan.
A Mostra SESC de Artes deste ano intensifica o recorte da linguagem do hibridismo na arte contemporânea e apresenta projetos agrupados para dialogar entre si. Estimular indefinições e suspensões em relação às gavetas em que costumamos encaixar nossos costumes, nossa vida, nossa convivência e nossa arte é um dos objetivos desta edição.
Com curadoria da equipe de técnicos SESC SP, a programação foi pautada, entre outros critérios, pela: "relativa definição do sujeito na realização artística (a participação direta do público, público versus artista), arte enquanto ação (relacionando corpo, política e estética), proposta de zonas de desconforto para a plateia e pela relação direta entre a vida cotidiana e as manifestações artísticas contemporâneas". Os projetos podem ser amarrados a partir da identificação de um dos eixos conceituais que norteiam a pesquisa curatorial.
De acordo com o diretor regional do SESC São Paulo, Danilo Santos de Miranda, “ao apresentar trabalhos com limites indefinidos, as atividades da Mostra SESC deste ano ampliam as possibilidades de o espectador perceber como a arte contemporânea cada vez mais dilui fronteiras e o inclui como parte do acontecimento artístico”.
Destaques na programação
No segmento da arte e da performance, destaque para a instalação dos portugueses
Ana Borralho e
João Galante, que apresentam a obra
World of Interiors, inserida no mundo das artes performáticas. Os seus trabalhos, sempre híbridos, cruzam os mundos das artes plásticas e da performance, numa pesquisa desenvolvida ao longo de anos de uma forma madura e consistente.
Os também portugueses
Fernando Nabais e
Fernando Galrito exploram a interatividade com
TXT, uma obra performativa mediada por várias tecnologias sensoriais, que explora formas de linguagens artísticas transversais contemporâneas. O resultado é um vocabulário singular que se articula fisicamente, por intermédio de paisagens sonoras interativas, composições visuais e coreografia em tempo real, as quais representam um manancial de expressões artísticas que sustentam a intenção dramatúrgica.
Em
World of Interiors o público é confrontado com uma imagem inquietante: pessoas deitadas no chão, de olhos fechados e sem movimento aparente. Os seus pertences, espalhados pela sala. Aparentemente, nada acontece no exterior. Perante este vazio é exigida uma ação dos visitantes, uma aproximação, um toque, um avanço na intimidade dos corpos, uma proximidade entre as pessoas e os performers, para que se dê uma partilha deste mundo interior. Nessa intimidade, público e artistas são interceptados por trechos de textos de Rodrigo Garcia, sussurrados. Ao fundo, música de Mahler.
http://vimeo.com/13202066
Nas artes cênicas, vem da Holanda
C´est du Chinois, com direção de
Edit Kaldor (Bélgica). A peça – cujo título em Português poderia ser “Isto para mim é grego” (ou literalmente “...é chinês”), indicativo de algo impossível de entender – apresenta a família Yao-Lu, vinda de Shangai. Qual o objetivo? Gravar e vender dvd-rooms interativos para pessoas focadas no futuro e que querem se iniciar na aprendizagem do Mandarim. Isso mesmo, a encenação é em chinês! A performance é uma ocasião para a família promover o seu novo produto, de forma a alargar o seu círculo de potenciais clientes.
http://www.ltsmetaal.nl/movies/ChinoisInt03.htm
Depois de apresentações pela Europa e Japão, o coletivo carioca
Grupo Improviso aterrissa em São Paulo com seu
OTRO (or) weknowitsallornothing _ uma investigação sobre identidade e alteridade e sobre como estes dois conceitos são inseparáveis. Uma experiência coletiva sobre estar vivo hoje, sobre convivência, sobre diferença, sobre afeto e sobre os limites entre o eu e o resto, o que não é “eu”. Dirigido por
Enrique Diaz e Cristina Moura, o espetáculo é composto por cenas fragmentadas, não convencionais, que mesclam relatos, vídeos, música em cena, atores, cenas cotidianas.
"A pesquisa inicial para o espetáculo foi feita por meio de residências artísticas pelas ruas de lugares como a Praça XV, Taquara e Lapa, no Rio de Janeiro. Por lá investigamos a relação do olhar de figuras da cidade com o entorno urbano, processando esses materiais com vários tipos de articulação cênica. O que acontece em cena é o embate destes artistas com estes materiais, com eles mesmos, com os outros “atores” da cena, com o palco, com o público e com o evento milagroso de estar vivo hoje. Um salto no vazio... Um depoimento incompleto, errático, da vida de hoje", explicam os diretores Enrique Diaz e Cristina Moura.
A cena paulistana da musica eletrônica e rock ganha brilho com a performance show
Hallogallo 2010. O multiinstrumentista alemão Michael Rother (ex-
Kraftwerk) revisita neste trabalho, com um grupo de músicos convidados, o repertório da banda
NEU!, da qual foi fundador, nos anos 1970, e com quem lançou três LPs. O NEU! surgiu da união de Michael Rother e Klaus Dinger após deixarem a legendária banda alemã. Com cinco álbuns gravados, o grupo foi e é referência para diversos grupos e artistas, como David Bowie, Hawkwind, Iggy Pop, DEVO, Radiohead e U2, entre outros. Hallogallo 2010, capitaneada por Michael Rother e Steve Shelley (Sonic Youth), Benjamin Curtis e Aaron Mullan, revisita os álbuns anteriores.
www.hallogallo2010.com/michaelrother.de
O show do veterano saxofonista americano
Ornette Coleman e banda
(EUA) é mais um destaque da programação. Dos mais relevantes músicos de jazz da atualidade, é considerado o fundador do free jazz, estilo que provocou uma ruptura nos padrões musicais estabelecidos no gênero até os anos 1950.
O projeto
Barulho, recorte
da Mostra Sesc de Artes, apresenta um panorama contemporâneo de artistas cujos trabalhos estão centrados no uso criativo de uma estética barulhenta. Entre as atrações estão
Patife Band e
Arrigo Barnabé e o
LOU REED'S METAL MACHINE TRIO: MM3. SEM CANÇÕES E SEM VOCAIS (EUA), projeto de
Lou Reed, baseado em seu controverso
Metal Machine Music, LP lançado em 1975.
INFORMAÇÕES GERAIS
Venda de Ingressos - Os ingressos para todas as atividades podem ser adquiridos na Administração Central do Sesc SP e em quaisquer unidades no Estado de São Paulo. Consulte o horário de funcionamento da bilheteria nas unidades.
Mais informações sobre a programação:
www.sescsp.org.br/mostra
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
MOSTRA SESC DE ARTES 2010
BANQUETE DE PLATÃO
Com Coletivo de Performance Heróis do Cotidiano.
Performance urbana inspirada em
O Banquete, de Platão. O Coletivo
Heróis do Cotidiano interage com o público em um grande banquete instalado em local público, caracterizado pelo fluxo intenso de pessoas. À mesa são oferecidos diversos tipos de alimentos como proposta de aproximação entre os Heróis e as pessoas em trânsito. Falar sobre o amor com os performers é a condição para fazer parte do banquete. As ações do Coletivo fundem intervenção urbana, teatro, poesia e artes plásticas para criar uma dimensão poética em espaços urbanos funcionalizados, com o propósito de re-significar espaços públicos e potencializar os afetos. Em 2009, o Coletivo recebeu o Prêmio Artes Cênicas nas Ruas, da FUNARTE.
Dia 26 de novembro. Sexta, 17h. Largo de São Francisco, Centro
Dia 27 de novembro. Sábado, 16h. SESC Pinheiros
Dia 28 de novembro. Domingo, 10h. Rua dos Patriotas, Ipiranga.
Livre. Grátis.
http://www.nossadica.com/mostra-sesc-de-arte-2010.php