segunda-feira, 29 de março de 2010

SEGUNDA MISSAO_INFILTRACAO NA PARADA MILITAR: 7/09/2009

No Dia da Independência do Brasil, os HCs fizeram uma intervenção na Parada Militar de Sete de Setembro, na Avenida Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Os HCs se infiltraram no desfile. Após ser expulsos pelos PMs e ter encontrado refúgio em cima de uma árvore, os HCS começaram um “desfile paralelo”.



Esta intervenção durou cerca de 2 horas e foi marcada diversas ações: desfile dos Heróis, ajuda dos Heróis aos espectadores do desfile, participação em manifestações políticas de grupos organizados.

O conjunto destas ações revelou-nos aspectos importantes que passaram a se constituir como princípios das demais performances dos HCs:

1) O tecido urbano como elemento dramatúrgico. A cidade ou a paisagem urbana se mostra como elemento constitutivo da ação performática, revelando-se como fator determinante de uma dramaturgia.



2) A força da figura simbólica do Herói. A imagem do Herói está tão presente no imaginário da população que esta tende a estabelecer de forma imediata um jogo de cumplicidade, familiaridade e até mesmo de identificação com o Herói.

3) Presença do extraordinário no cotidiano. Em função mesmo desta força simbólica, deste poder da imagem do herói, a presença dos HCs tende a romper com o fluxo da percepção cotidiana, surpreendendo o observador pela própria estranheza que ele vem causar no espaço cotidiano.

4) Presença da paródia e da ironia. A junção destes dois fatores (força de identificação e de estranheza) estabelece, portanto, um estatuto ambíguo à ação do Herói: no Desfile Militar, por exemplo, ele tanto pode ser visto como alguém que exalta ria os “heróis nacionais”, os “construtores da nacionalidade”, como também aquele que aponta para o artificialismo desta construção ideológica. Deste modo, a ironia se mostra como elemento presente nas performances dos HCs.


Fotos: Cris Isidoro

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